Ah nós MULHERES que somos metade NORMAL, metade INSANA, como diz num trecho do livro de Martha Medeiros "Toda mulher é doida, impossível não ser, nós nascemos com um dispositivo interno que informa desde cedo que a vida sem amor não vale a pena"

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

STRIP TEASE

Strip-Tease
 

Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.

Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.
Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.

Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".

Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."

Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".

Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".

Por fim, a última peça caía, deixando-a nua
"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".

E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Casamento: onde menos se faz sexo

"Quando o desejo acaba e o amor continua"

Miriam, 29 anos, chegou ansiosa ao meu consultório: “Sou casada há três anos, amo muito meu marido; não consigo imaginar a vida sem ele. É meu melhor amigo e companheiro. Gosto quando ficamos juntos, abraçados ternamente, ele fazendo cafuné na minha cabeça. Mas, ao primeiro sinal de um carinho mais sexual, uso algum pretexto para me afastar. Não desejo fazer sexo com ele de jeito nenhum. Durante nosso namoro e no início do casamento eu gostava muito, mas agora só a ideia já me desagrada. Não conto isso para ninguém. A família e os amigos nos veem como exemplo de um casamento perfeito.”
Paulo, 38 anos, casado há sete, está desanimado: “Amo demais a minha mulher. Nossa vida é ótima; pensamos de forma parecida e nunca brigamos. Mas vivo um problema sério: Laís nunca quer fazer sexo. Sempre arranja uma desculpa para escapar. Namoramos durante cinco anos, e você acredita que o sexo era o ponto alto da relação? Não entendo porque mudou tanto. Já faz mais de dois meses que transamos a última vez. Se eu não insistir, acho que ela nunca vai se lembrar que sexo existe. Não gostaria de procurar outra mulher nem de me separar, mas estou cansado de só ter prazer me masturbando.”
Os exemplos acima representam o que ocorre em grande parte dos casamentos. É muito maior do que se imagina o número de mulheres que fazem sexo com seus maridos sem nenhuma vontade. Dor de cabeça, cansaço, preocupação com trabalho ou família são as desculpas mais usadas. Elas tentam tudo para postergar a obrigação que se impõem para manter o casamento. Quando o marido se mostra impaciente, o carinho que sente por ele, ou o medo de perdê-lo, faz com que a mulher se submeta ao sacrifício. Há algumas décadas, o filósofo inglês Bertrand Russell afirmou: “O casamento é para as mulheres a forma mais comum de se manterem, e a quantidade de relações sexuais indesejadas que elas têm que suportar é provavelmente maior no casamento do que na prostituição.”

Ter filhos era um dever do casal. Até meados do século XIX, quando o amor ainda não fazia parte do casamento, havia uma regra para a vida a dois. Era o dever conjugal a ser cumprido, principalmente na cama. Caso um dos dois cônjuges recusasse o ato sexual, recorria-se ao confessor, que censurava e podia negar a absolvição e a comunhão.
Da mesma forma que antes deveria ficar em segredo o ardor entre o casal, se houvesse, agora se tenta ocultar a diminuição ou o término do desejo sexual entre marido e mulher. Essa questão só passou a ser problema — o maior enfrentado pelos casais — quando, recentemente, o amor e o prazer sexual se tornaram primordiais na vida a dois e se criaram expectativas em relação a isso. Jornais, revistas e programas de tevê fazem matérias, tentando encontrar uma saída para a falta de desejo sexual no casamento. Como resolver a situação de casais que, após alguns anos de vida em comum, constatam decepcionados terem se tornado irmãos?
Alguns dizem que é necessário quebrar a rotina e ser criativo. As sugestões são variadas: ir a um motel, viajar no fim de semana, visitar uma sex-shop. Mas isso de nada adianta. O desejo sexual intenso é que leva à criatividade, e não o contrário. Quando não há desejo, a pessoa só quer mesmo dormir. Quem se angustia com essa questão sabe que desejo sexual não se força, existe ou não.
A falta dele no casamento nada tem a ver com falta de amor. Muitas mulheres, como Miriam, amam seus maridos, só não sentem mais desejo algum por eles. O sofrimento da mulher é maior quando ela reconhece no parceiro um homem inteligente, generoso, afetivo, e o mais doloroso de tudo: um homem que a ama e a deseja. Nesses casos é comum ouvirmos lamentos do tipo: “Nunca vou encontrar ninguém parecido.” E com medo do novo, de ficar sozinha, pode acabar optando por uma relação assexuada, até convencendo o marido que sexo não é tão importante.

O número de homens que perdem o desejo sexual no casamento é bem menor do que o de mulheres. Para cada homem que não tem vontade de fazer sexo há pelo menos quatro mulheres nessa situação. Alguns fatores podem contribuir para isso. Em primeiro lugar, o homem, na nossa cultura, é estimulado a iniciar a vida sexual cedo e se relacionar com qualquer mulher. Outra razão seria a necessidade de expelir o sêmen e, por último, a sua ereção seria mais rápida do que a da mulher, na medida em que necessita de menos quantidade de sangue irrigando seus órgãos genitais.
Não é necessário dizer que existem exceções, e que em alguns casais o desejo sexual continua existindo após vários anos de convívio. Mas não podemos tomar a minoria como padrão. Por que o desejo acaba no casamento? Mesmo que os dois se gostem, a rotina, a excessiva intimidade e a falta de mistério acabam com qualquer emoção. Busca-se muito mais segurança que prazer. Para se sentirem seguras, as pessoas exigem fidelidade, o que sem dúvida é limitador e também responsável pela falta de desejo. A certeza de posse e exclusividade leva ao desinteresse, por eliminar a sedução e a conquista. Familiaridade com o parceiro, associada ao hábito, podem provocar a perda do desejo sexual, independente do crescimento do amor e de sentimentos como admiração, companheirismo e carinho.
E o que fazer quando o desejo acaba? Essa é uma questão séria, principalmente para os que acreditam ser importante manter o casamento. É fundamental todos saberem que na grande maioria dos casos não se trata de problema pessoal ou daquela relação específica, e sim de fato inerente a qualquer relação prolongada, quando a exclusividade sexual é exigida. Essa informação pode evitar acusações mútuas, em que se busca um culpado pelo fim do desejo. O preço é a decepção de ver se dissipar a idealização do par amoroso. No entanto, a partir daí fica mais fácil cada um decidir o que fazer da vida.
As soluções são variadas, mas até as pessoas decidirem se separar há muito sofrimento. Alguns fazem sexo sem vontade, só para manter a relação. Outros optam por continuar juntos, vivendo como irmãos, como se sexo não existisse. E ainda existem aqueles que passam anos se torturando por não aceitar se separar nem viver sem sexo.
Falta uma reflexão a respeito do modelo de casamento vivido na nossa cultura. Nega-se o óbvio: o desejo sexual por outras pessoas constitui parte natural da pulsão sexual. Quando essa mentalidade mudar, as torturas psicológicas e os crimes passionais certamente diminuirão, assim como inúmeros outros fatores que geram angústia.

Esse texto de Regina Navarro , mostra a realidade da maioria dos casamentos de hj,  é uma triste realidade, fica aqui para reflexão de todos nós, para pensarmos , afinal nós estamos aqui pra ser feliz, a vida é aqui e agora.


Texto de REGINA NAVARRO LINS
Escritora e Psicoterapeuta

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

FAXINA INTERIOR

COMO SABER SE VC “AMA” OU SIMPLESMENTE ESTA “ACOSTUMADO” AO SEU PARCEIRO(A), NAMORADO(A), ESPOSA (O) ...

Vamos tentar decifrar esse enigma respondendo “com sinceridade” as perguntinhas abaixo.

1)Eu estou com essa pessoa porque a amo, ou porque preciso dela?
2)Se eu conhecesse essa pessoa hoje eu me envolveria com ela? Namoraria, casaria?
3)Quando alguém pergunta pq estou com essa pessoa, eu respondo : Porque a amo e não consigo viver sem ela, OU pq temos coisas juntos, por causa dos filhos, pq trabalhamos juntos, pq não quero ficar sozinho, pq estou acostumado, pq a pessoa gosta de mim, pq é difícil mudar, tenho medo do julgamento das pessoas, entre tantas outras resposta evazivas...
4)Quando me imagino fazendo “aquela” viagem dos sonhos a algum lugar romântico eu imagino a pessoa comigo? Ou imagino uma outra pessoa que conheça ou que nem conheça ainda.
5)Quando vejo algum casal se abraçando se beijando eu: nem ligo pois estou satisfeita na minha relação, ou sinto uma pontinha de “inveja” ou vontade de viver aquilo, de sentir aquela sensação gostosa de estar apaixonado, frio na barriga, mãos suando, trêmulas.
6)Quando penso em terminar a relação o que me vem a cabeça: Sentir falta da pessoa, ou simplesmente o que os outros vão pensar, falar sobre essa atitude?
7)Quando fecho os olhos e escuto uma musica bonita a imagem que me vem a cabeça é a da pessoa que estou atualmente, quando viajo nos pensamentos é com ela que eu sonho?
8)Quando imagino a mãe(pai) dos meus filhos é essa pessoa que eu imagino?
9)Quando uma pessoa mostra algum interesse por mim isso sequer me afeta, pois me sinto completa na minha relação, ou isso me balança?
10)Eu sinto ciúmes dessa pessoa quando alguém demonstra interesse por ela? mas ciúme de verdade mesmo, não sentimento de “posse”?
11)Se o relacionamento tivesse data de validade, e se pudesse trocar, eu ficaria com a mesma pessoa?
12)Existe na minha vida alguma outra pessoa que mexa comigo, de quem eu sinta ciúme, alguém que eu quisesse muito estar junto se estivesse sozinho(a)?
13)Quando estou com essa pessoa tudo fica completo, divertido, tudo tem graça, ela me completa plenamente, ou nem sinto a falta dela, posso ficar dias sem vê-la(o), viajar sem ela(e) ?
14)Quando assisto a um filme romântico, leio um livro, ou coisas do gênero é nessa pessoa que eu penso?
15)Quando estou com meus amigos, quando saio sozinho(a) sinto muita a falta
dessa pessoa, ou fico muito bem sem ela, ou até mesmo prefiro estar sozinho(a)

Claro que esse é só um pequeno resumo, de tantas outras perguntas que vc pode se fazer, pra saber o que sente, mas responda com sinceridade, a vc mesmo, sem ter a obrigação de parecer correto(a), certinho(a), nem a obrigação de agradar a ninguém. É um encontro seu com a sua conciência, com seus sentimentos mais íntimos, de VC com
VC mesmo, portanto seja honesto(a) nas suas respostas. Afinal a única pessoa a qual nós não conseguimos mentir é para nós mesmos.
Com o começo de mais um ano vem junto a sensação de RECOMEÇO, de limpar a casa, jogar fora o que não serve mais, de voltar a pensar naquele nosso projeto que ficou na gaveta, de visitar aquela pessoa que não vemos a tempos, de começar um novo curso,de mudar de emprego, de ser MAIS FELIZ, de VIVER no sentido mais complexo da palavra, de sentir alegria ao acordar de manhã e a sensação de estar pleno ao ir se deitar.
Enfim ... cada ano que se inicia traz com ele essa oportunidade, de fazer essa FAXINA INTERIOR, de melhorar nossa vida, nossos relacionamentos, de ser uma pessoa mais FELIZ e consequentemente melhor.